o ano ainda não acabou, mas algumas coisas já se encaminham para o encerramento, e uma delas é o primeiro ano do mestrado.
iniciei o mestrado este ano, mas era algo que desejava desde a graduação. na época da graduação, não tive tanto tempo para me aprofundar de maneira mais interessante na pesquisa, mas fiz o que era possível naquele momento. antes de entrar, tentei o mestrado dois anos antes, como uma forma de teste. ainda bem que não aconteceu, já que naquela época eu não tinha clareza sobre o que queria pesquisar e, provavelmente, não teria aproveitado esses dois anos da melhor maneira.
não que eu tenha iniciado com total certeza do que queria pesquisar. ao longo deste ano, inclusive, mudei meu objeto de pesquisa. na verdade, sempre soube que queria trabalhar com literatura, mas ainda não sabia como articular isso na minha pesquisa. escrevi um pouco sobre esse processo ao longo desta newsletter, já que foi algo que precisei sustentar durante o primeiro semestre.
neste momento, algumas das últimas disciplinas que precisei cursar no primeiro ano estão se encerrando. a última será o estágio de docência, que tem sido uma experiência incrível, já que a docência é um dos principais motivos pelos quais decidi ingressar no mestrado. pude acompanhar minha orientadora em uma disciplina da graduação e vivenciar um outro lado da docência, que não se limita a dar aulas. participei da elaboração de cronogramas e planos de aula, pensando sobre como e por que estruturá-los de determinada maneira.
além disso, apresentei minha pesquisa — ou um recorte dela — em congressos, simpósios, aulas da comunidade e também nos meus grupos de discussão clínica. essas experiências acabam sempre sendo extremamente ricas. costumo dizer que o mestrado exige uma posição muito ativa e implicada do pesquisador, e a construção de uma pesquisa a partir disso sempre carrega muitas afetações.
no próximo ano, não terei mais disciplinas para cursar, mas começarei, de fato, a escrever a dissertação. diferente de alguns colegas, meu campo de pesquisa é a literatura, mais especificamente uma das obras de Zambra. isso deveria me animar mais do que assustar, mas confesso que sinto um misto de vários sentimentos.
apesar da extensa carga horária entre aulas, leituras e momentos de escrita, sinto que é nesse movimento como analista-pesquisadora que tenho percorrido e construído minha clínica. essa construção não ocorre apenas nos atendimentos, mas também a cada texto teórico que leio, a cada troca com pares e supervisões, em cada curso ou grupo de estudos. em especial, tem sido muito gratificante ver pessoas se interessando por Winnicott e topando se debruçar nesse teórico junto comigo em aulas, grupos, supervisões, etc.
acho que, no final, esse tem sido um dos caminhos em que eu, minha pesquisa e minha clínica percorremos em 2024.






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✸ uma das edições que falo sobre minha pesquisa e o primeiro ano de mestrado